quarta-feira, 8 de julho de 2015

Saúde da pele

Médico Adriano Loyola, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-GO), dá dicas de cuidados e tratamentos para a derme no inverno
O tempo frio requer cuidados adicionais para manter a pele macia e sem ressecamento. Ao mesmo tempo, o inverno representa um bom período para a realização de tratamentos dermatológicos, que requerem menor exposição ao sol. Segundo o dermatologista Adriano Loyola, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Goiás (SBD-GO) o inverno é uma boa época para tratamentos como laser, peeling e aplicação de ácidos que visam o rejuvenescimento da pele. “Como a exposição ao sol tende a ser menor, os efeitos desses procedimentos são mais intensos e melhores, pois as pessoas usam roupas mais fechadas e realizam menos atividades ao ar livre, evitando complicações como a hiperpigmentação ocasionada pelo sol”.


O médico relata que os procedimentos indicados para esta época do ano são, principalmente, o tratamento de rugas, a retirada de pintas, manchas, vasos, tratamento para flacidez, procedimentos que estimulem a produção de colágeno, e remoção de tatuagem, entre outros. Esses tratamentos costumam ser à base de ácidos, laser e peeling químico, que deixam a pele mais sensível e delicada. “Vale lembrar que o uso de protetores solares continua necessário para proteção da pele, mesmo no frio”, ressalta Dr. Adriano.

Tratamentos 
Um tratamento muito utilizado é a depilação a laser. A luz emitida por esse tipo de depilação tem afinidade pela melanina que é o pigmento escuro que dá cor a pele e aos pelos. Assim, no inverno quando a pele da pessoa não está bronzeada, o tratamento é mais efetivo e menos doloroso. Nesta época do ano, realiza-se este tratamento com muito menos riscos. É importante que os pelos não sejam depilados, nem pinçados antes do procedimento, apenas raspados.

“Nesse tratamento utiliza-se o laser de diodo na remoção dos pelos. Ele destrói o pelo seletivamente, atingindo a melanina, o cromóforo natural do folículo. A perda permanente do pelo se obtém aplicando-se uma fluência adequada que leve à miniaturização do folículo, com sua degeneração e fibrose. É necessário realizar sessões mensais deste laser, adequando a potência a cada tipo de pele. Normalmente, as ponteiras do aparelho possuem um sistema de resfriamento, que reduz a agressão à epiderme e a dor”, explica o especialista.

Ultrassom Microfocado 
Segundo Dr. Adriano, o ultrassom microfocado é um tratamento não cirúrgico utilizado para reposicionar tecidos profundos, sustentando, tonificando e melhorando a flacidez da pele da face, pescoço, região dos olhos, braços e pernas. “É o tratamento ideal para preencher a lacuna entre os pacientes que ainda não necessitam de um lifting cirúrgico ou não o desejam pelo pós-operatório trabalhoso e aqueles com clara indicação cirúrgica”, diz.

O ultrassom microfocado é o um tratamento que estimula a produção de colágeno proporcionando um rejuvenescimento da pele. Por trabalhar de dentro para fora, ele é capaz de atingir de 1.5 mm até 4.5 mm de profundidade, sem agredir a pele. As ondas do ultrassom microfocado causam uma microcoagulação e aquecimento dérmico, agindo pontualmente no colágeno, com isso, trabalha a sustentação da pele, diminuindo a flacidez.

O uso do ultrassom microfocado não é indicado para mulheres grávidas, assim como para pessoas que estejam com feridas abertas na região da face ou pescoço e para pessoas com acnes graves ativas. O ultrassom microfocado não pode ser aplicado diretamente sobre implantes, queloides ou preenchedores.

Luz intensa pulsada 
O aparelho de luz intensa pulsada usa uma tecnologia que emite luz, mas não é um laser (pois têm diversos comprimentos de onda, por isso vários tipos de filtros específicos, diferentemente do laser) e atinge vários tipos de alvo: a melanina (sardas e melanoses solares), os vasos sanguíneos (face e colo) e estimula a produção de colágeno (flacidez e rugas). “Esta técnica permite corrigir lesões faciais e corporais decorrentes do fotoenvelhecimento, como rugas finas, manchas no dorso das mãos, vasos faciais muito finos, rosácea, manchas solares, mudanças de textura da pele, olheiras, poiquilodermia (manchas, vasos e envelhecimento do colo e pescoço), entre outras. Na acne esta tecnologia também pode ser utilizada para a redução das lesões inflamatórias (vermelhas) e pustulosas (amarelas)”, conta Dr. Adriano.

Atuação do laser fracionado ablativo
Mais recentemente surgiram os lasers fracionados ablativos de CO2 (10.600 nm) e érbio (Er:YAG 2.940 nm) com o intuito de se alcançar um resultado semelhante aos lasers ablativos, porém com recuperação e risco de efeitos colaterais mais próximos a dos lasers fracionados não ablativos, já que também poupam áreas de pele sãs entre as áreas tratadas.

Ambos CO2 e érbio atuam no comprimento de onda infravermelho e têm como afinidade a água, sendo preferencialmente absorvidos pela água intracelular, levando a um rápido aquecimento e vaporização do tecido. Os lasers ablativos fracionados permitem ablação programada de camadas da epiderme e coagulação térmica da derme superficial, levando a melhora da superfície cutânea e neocolagênese e retração tecidual (skin tightening) proporcionais ao dano térmico, sendo importantes no tratamento do envelhecimento cutâneo. Diferente dos lasers de CO2 tradicionais que utilizam modo contínuo de aplicação, os lasers de CO2 atuais utilizam modo ultrapulsado não sequencial. 

Quando o laser fracionado não ablativo é indicado 
De acordo com Dr. Adriano, lasers fracionados não ablativos foram desenvolvidos para rejuvenescimento cutâneo semelhante ao do laser de CO2, sem os inconvenientes e o pós-operatório deste. O princípio do laser fracionado é poupar áreas de pele sãs entre as áreas tratadas, facilitando e promovendo uma cicatrização mais rápida a partir das áreas poupadas. Os lasers fracionados não ablativos penetram profundamente na pele e aquecem a derme, poupando a epiderme. Seus efeitos colaterais e o tempo de recuperação são mínimos, porém, comparado ao resurfacing ablativo, têm eficácia menor e requerem múltiplos tratamentos. 

O resurfacing fracionado não ablativo apresenta bons resultados para o tratamento de rugas finas a moderadas e outros sinais do fotoenvelhecimento cutâneo. Outras indicações são cicatrizes atróficas, cicatrizes de acne, cicatrizes cirúrgicas e há relatos da eficácia no melasma. O tempo de recuperação é rápido, mas os resultados são inferiores aos obtidos com os tratamentos ablativos.

Olheiras 
A olheira é um problema constante na vida de muitos pacientes e pode ser motivada por noites mal dormidas, exposição solar, gravidez, envelhecimento cutâneo e tabagismo. Outra razão, que pouca gente sabe, é que o tempo frio pode agravar olheiras. No inverno, devido à falta de sol e, consequentemente, de bronzeamento, a pele fica mais transparente, realçando a região ao redor dos olhos. O tratamento vai depender do tipo específico da causa da olheira, em cada paciente, a ser analisado pelo seu dermatologista, que poderá utilizar recursos como:

Peeling: esta prática é indicada para os casos de olheiras ocasionadas pelo acúmulo de hemossiderina. É capaz de neutralizar o escurecimento gerado pelo ferro.
Luz intensa pulsada: este tratamento é recomendado para as olheiras causadas pelo acúmulo de melanina.
Laser de thulium fracionado: voltado para pacientes que apresentam sinais de hiperpigmentação, caso das olheiras, fotoenvelhecimento e melasma.
Laser NdYag Qswitched fracionado: atua diretamente na melanina, quebrando-a em pedaços pequenos e assim, clareia o rosto. O aparelho é recomendado em casos de olheiras ocasionadas pelo acúmulo de melanina.
Preenchimento com ácido hialurônico: usado em casos de goteira lacrimal profunda, age preenchendo a área abaixo dos olhos que não tem volume, tratando a olheira.

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